Relembrando uma cronica antiga que eu lê a muito tempo atras. Talvez ela faça parte de um pouquinho de nós.
Fonte da cronica: http://jefhcardoso.blogspot.com.br/2010/12/faz-tempo-que-violencia-do-consumismo.html
"O meu amigo levou um tiro. Ficou paraplégico. Mas antes havia enlouquecido.
Comprou as dores de um cara. Levou um tiro que entrou por entre as costelas,
atravessou a coluna, feriu a medula. Foi aí que o meu amigo, o dançarino maior de
minha geração, agora se tornava paraplégico.
Ficou muitos dias morre e não morre em uma UTI. Teve pneumonia, feridas
profundas (escaras), infecções várias.
Um primo dele, gente trabalhadora como toda a família, dizia quando me via:
“Dessa o Zé não escapa.”
Mas ele escapou. Ganhou rodas.
Após um longo período de recuperação com Fisioterapia, medicamentos para combater
as infecções recorrentes, treinamento para o controle dos esfíncteres, começou a
aparecer novamente nos lugares onde havia música alta. Dançava com a cabeça e os
braços na cadeira. Tomava destilados. Sempre chegava em sua casa completamente
embriagado. Sua mãe é quem dizia e lamentava. Bebia para esquecer. Não raro,
esquecia até o dia e horário da Fisioterapia.
Queria ser jogador de basquete adaptado para cadeirantes. Não deu certo.
Uma infecção encontrou caminho aberto em seu ser para lhe ceifar a vida, a qual ele
já não mais tinha apego algum. "
Nunca tinha lido essa crônica, muito boa.
ResponderExcluirGostei desse novo papel de parede, muito melhor que o outro, amei.
Muito obrigada...essa cronica é maravilhosa!
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